sábado, 17 de fevereiro de 2007

S Pedro Sintra Medieval

É do tempo da fundação da Nação esta igreja medieval situada ás portas do Castelo dos Mouros
A antiga Matriz de São Pedro de Canaferrim foi edificada, no perímetro do Castelo dos Mouros, durante a segunda metade do século XII, como sede de freguesia e ainda, decerto para uso dos "trinta povoadores" a quem D. Afonso Henriques, no ano de 1154, entregara o castelo de Sintra.
A paz alcançada na região sintrense durante a 1ª Dinastia, bem como a ausência de distúrbios nas convulsões de 1383-1385, conduziram à definitiva desactivação do castelo que, por sua vez, deve ter provocado, progressivamente, o rápido abandono da igreja em causa
Neste sentido, tornam-se especialmente significativos dois factos: a fundação, no século XVI, de uma nova Matriz da freguesia de São Pedro, desta feita no sopé da Serra e mais próximo das áreas habitadas; e a notícia – documentalmente provada – de em 1493 estar a antiga Igreja Paroquial de São Pedro de Canaferrim em completo estado de abandono, com as portas arrombadas e a ser constantemente profanada por judeus.
De tudo isto é-nos lícito concluir que a antiga Igreja de São Pedro de Canaferrim deve ter conhecido a sua decadência logo no início da 2ª Dinastia, ainda que pudesse ter, de algum modo, permanecido a culto até meados do século XV.




NECRÓPOLE MEDIEVAL
Memória descritiva
A necrópole da Igreja Paroquial de São Pedro de Canaferrim distribuía-se, como é natural, em redor do templo. Destruída, durante o século XIX e pelos acessos então abertos por D. Fernando II, nas suas vertentes ocidental e meridional , mantém-se mo entanto intacta nas restantes áreas. Os túmulos explorados junto ao quadrante N – o único integralmente escavado -, encontram-se como que entalados entre os vários penedos graníticos e as paredes da própria igreja. Cobertas por várias lajes toscamente afeiçoadas, apresentam paredes construídas com idênticos materiais – mesmo quando a presença próxima de um penedo ou de um muro da igreja as poderia ter eventual ou parcialmente substituído. O fundo era apenas constituído pelo substrato rochoso ou, em zonas mais irregulares, por terra batida. No interior acumulavam-se vários restos humanos por sepultura, verificando-se a deposição da última inumação em decúbito dorsal, e encontrando-se espalhados sobre ela e/ou a seus pés os principais ossos correspondentes aos anteriores enterramentos. Surgiram, ainda, alguns casos esporádicos de verdadeiros ossários. Não se encontrou qualquer espólio numismático ou outro que se pudesse considerar intencionalmente depositado nas sepulturas, o que atendendo ao conhecimento que temos das práticas funerárias regionais através dos séculos – parece conferir ao conjunto escavado de sepulturas um cariz acentuadamente arcaizante, no âmbito deste tipo de necrópoles.

In "Sintra património da Humanidade"

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