Algumas Fotos escolhidas ao acaso de S. Pedro de Sintra
quinta-feira, 26 de abril de 2007
quarta-feira, 25 de abril de 2007
1ª Meia Maratona de São Pedro de Penaferrim
sexta-feira, 6 de abril de 2007
Santa Eufémia
Era tradição na Sexta Feira Santa ser o dia de grande confraternização das gentes de S. Pedro que no largo de Santa Eufémia se reunia para comer o mexilhão apanhado nas praias do concelho ( ou na maioria das vezes comprado nos mercados ). Foi a pensar nesse costume que hoje me desloquei a Santa Eufémia e verificar que neste caso a tradição já não é o que era pois o largo estava vazio.
Não dei o meu tempo por perdido pois vale sempre a pena visitar Santa Eufémia O local eleva-se a 463m e em dias limpos é privilegiado com uma vista de excepção.
O sítio de Santa Eufémia é um dos mais antigos locais de povoamento humano da serra de Sintra. Na origem, aqui existiu um aglomerado neolítico, datado de c. 4000 a. C., posteriormente utilizado durante a proto-história e o período romano, numa cronologia ocupacional que se prolonga até ao século II d. C. As privilegiadas condições de defesa do local terão determinado uma tão ancestral ocupação humana, que continuou pelos séculos mais recentes.
Sem informações durante a Alta Idade Média, só em 1147 a fonte de Santa Eufémia é referida documentalmente, pelo cruzado R. que acompanhou as tropas cruzadas na conquista da cidade de Lisboa (cf. ALVES ed., 1989, p.34). A circunstância de as suas águas possuírem poderes curativos, em particular problemas de tosse, levou a que, no século XIII, se tivesse edificado a ermida, espécie de santuário de romaria que, desde então, se verificou ao sítio.
A actual configuração do conjunto monumental não apresenta qualquer vestígio dessa primitiva edificação medieval, uma vez que, em 1876, por iniciativa de um estrangeiro devoto da santa se reconstruiu integralmente o templo. É de admitir, todavia, que tenham existido outros melhoramentos durante a época moderna, em especial no século XVII, na medida em que o figurino das portas principal e lateral do templo segue um vocabulário comum nessa centúria, de verga recta moldurada e sobrepujada por ligeira cornija. A ermida é modesta, de nave única amparada lateralmente por dois poderosos contrafortes de perfil triangular e capela-mor rectangular, sendo o interior marcado por coro-alto anexo à frontaria, com acesso a partir de porta lateral setentrional, e dois retábulos laterais de talha dourada.
Do complexo religioso fazem ainda parte outras dependências e espaços, fundamentais à romaria que aqui se desenvolveu ao longo dos tempos A Casa dos Romeiros situa-se a nascente da capela-mor e é um pequeno imóvel (re)construído no século XIX, de planta rectangular e telhado de água única, destinado a acolher um limitado número de pessoas. O largo adro que circunda o templo foi transformado em zona de lazer, contando-se uma tribuna e um coreto, sinais de um período em que teria sido bem maior a devoção.
Mais importante é a fonte (também designada por Casa dos Banhos). O seu actual aspecto data de duas reconstruções, verificadas nos séculos XVIII e XIX, a primeira em 1738, altura em que a velha fonte medieval foi reformulada por iniciativa do capitão Francisco Lopes de Azevedo, e a segunda em 1845, ano em que o Conde de Carvalhais, D. José Maria de Almada da Silveira Lobo, promoveu novas obras. A fonte é de planta trapezoidal (acedendo-se ao seu interior através de um pequeno portal que abre para um espaço diminuto de abóbada de berço), encontrando-se a bica inserida num nicho de arco abatido a que se associa um tanque rectangular.
Estação arqueológica pré-histórica e local de sacralidade cristã convivem, aqui, lado a lado, numa plataforma natural da Serra de Sintra, na sua vertente meridional. Mas enquanto a ermida e respectivo adro têm sido sujeitos a algumas campanhas de restauro e de consolidação das estruturas já existentes (destacando-se o restauro pontual realizado pela Junta de Freguesia de São Pedro de Penaferrim em 1980), o mesmo não se pode dizer do povoado neolítico. Apesar de ser já conhecido há praticamente um século (os primeiros trabalhos de Joaquim Fontes e de Félix Alves Pereira remontam à década de 20), ainda não se efectuaram escavações sistemáticas e, nos últimos anos, a pressão urbanística e a abertura de estradas na serra destruíram parcialmente este habitat. Em 1984, segundo análise de Gustavo Marques, alcatroou-se um troço de estrada que pode bem corresponder a uma antiga via romana e as terraplanagens junto à ermida, ao mesmo tempo que puseram a descoberto alguns troços do povoado, destruíram outros tantos vestígios.
Fonte: IPPAR
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